Por Betto Rossatti
A Camisc apresentou seu plano safra para 2025, buscando oferecer condições de negócio atrativas para seus cooperados em um contexto econômico marcado pela alta da taxa de juros e volatilidade cambial. Tiago Almeida, gerente comercial da Camisc, detalhou as estratégias da cooperativa durante o evento de lançamento, realizado na sede da Cooperativa em Mariópolis.
Tiago Almeida iniciou sua apresentação contextualizando o cenário macroeconômico, mencionando as preocupações com as ações cambiais e as tensões geopolíticas que impactam o agronegócio. Diante desse quadro, a Camisc ressaltou a importância da assertividade na tomada de decisão por parte dos produtores.
Ao abordar os custos de produção, Almeida os dividiu em três pilares principais: insumos (sementes, defensivos e fertilizantes), mão de obra e máquinas, e custos pagos (arrendamentos e financeiros). Ele destacou o aumento expressivo nos preços dos fertilizantes, impulsionado pela variação cambial e pela elevação dos preços em dólar por tonelada. Em contrapartida, os preços de sementes e defensivos apresentaram uma relativa estabilidade em comparação com a safra anterior.
No que diz respeito às condições comerciais para a safra 2025, a Camisc apresentou diferentes modelos e prazos de pagamento para as principais culturas da região: soja, milho e feijão.
Para a soja, a cooperativa lançou um contrato Barter inicial a R$ 130,00 por saca, acrescido de R$ 2,00 de retorno para o programa Produtor Campeão. Almeida alertou para a possível variação desse preço devido à volatilidade do mercado. Foram apresentadas três opções de pagamento: antecipado, à vista (com vencimento em 20 de novembro de 2025) e a prazo safra (com correção financeira de 1,5% ao mês após a data de vencimento).
Na cultura do milho, a Camisc ofertou o preço de R$ 68,00 por saca, mais R$ 1,00 de retorno, seguindo também os três modelos de pagamento da soja.
Em relação ao feijão, devido à instabilidade de preços e à ausência de comercialização direta pela Camisc, não foram oferecidos contratos futuros. A cooperativa se concentrará em fornecer condições vantajosas para a aquisição de insumos e na compra da produção de sementes dos cooperados.
Três opções de comercialização para o Plano Safra Forte Camisc
A Camisc também estruturou três níveis de investimento em insumos (mais ajustado, mediano e alto) para atender às diversas necessidades e modelos de produção de seus cooperados. Para a cultura da soja, em um cenário de alto investimento, o custo por hectare varia de 22 sacas (pagamento antecipado) a 26 sacas (pagamento safra), mantendo-se em patamares semelhantes aos da safra anterior, apesar do aumento dos fertilizantes.
Rentabilidade
Em suas projeções de rentabilidade, Tiago Almeida indicou que, para altas produtividades, as culturas da soja e do milho apresentam um retorno líquido estimado em torno de 50%, mesmo com os custos de produção elevados. Já o feijão, com os preços atuais, mostra uma rentabilidade menor, mas a expectativa é de recuperação no mercado.
A cooperativa Camisc enfatizou a importância da capitalização para os produtores, demonstrando a diferença financeira entre as opções de pagamento antecipado e a prazo safra. Além disso, reforçou o compromisso da Camisc em oferecer insumos de qualidade e com procedência, garantindo segurança e valor para seus cooperados.
Ao final da apresentação, Tiago Almeida encorajou os produtores a confiarem nas informações e no suporte da Camisc para a tomada de decisão nesta importante etapa do ciclo agrícola, reiterando o papel fundamental dos cooperados para o desenvolvimento da Camisc.